Os Três Amores Brancos
Site Oficial do Carlo Acutis
Delegados do Apostolado
Postagens populares
-
COMUNICAÇÃO DO APOSTOLADO BRASILEIRO CARLO ACUTIS - O ANJO DA JUVENTUDE. Unidos à Associação dos Amigos de Carlo Acutis ( Itália)...
-
Com D. Antônia Acutis, em S. Damião. Aqui Carlo vinha sempre rezar seu Rosário...
-
Matriz de S. Sebastião - Rua Minas Gerais, 549 - Campo Grande - MS
-
Mais uma bela Divulgação do Carlo Acutis em FORTALEZA Nosso Agradecimento ao Pedro Henrique
-
Publicamos estas duas belas fotos que, provavelmete, foram tiradas no dia de sua "Primeira Comunhão" . Salve Maria!
-
Pe. Marcelo Tenorio e Pe. Fábio Vieira, do Apostolado Brasileiro Carlo Acutis, em passagem pelo Escritorio da causa de Beatificação do Se...
Seguidores
"...Ofereço todo o sofrimento, de que deverei padecer,
ao Senhor, pelo Papa e pela Igreja.."
Pe. Marcélo Tenorio
Tomei
conhecimento, poucos dias atrás da breve existência de Carlo Acutis, um
jovem que com apenas 15 anos de idade oferece a sua vida, seu
sofrimento, suas dores pelo Santo Padre e pela Santa Igreja.
Impressionou-me
a forma como Nosso Senhor costuma conduzir as almas para Si. Uma vida
simples, desprovida de qualquer fato sobrenatural, mas vivida com
intensidade, unidíssima a Jesus e à Maria, assim foi como viveu Carlo
Acutis.
Olhando
o relato de sua vida, deparamos com a angústia de um jovem que constata
a crise que assola a sociedade; doe-lhe na alma ver a Igreja
desacreditada, sobretudo em seu país, e a figura augusta do Santo Padre
tão combatida e odiada.
No
momento de seu calvário, Carlo não tem dúvidas: quer sofrer até onde
possa! Não virará o rosto! Não exitará ante as dores e os pesados
sofrimentos que se avizinham: Tudo para o Santo Padre, tudo para a
Igreja! Não quer nada para ele, a não ser o sofrimento, tanto quanto
possa carregar, tanto quanto consiga suportar.
Lembrei-me
de dom Bosco a nos falar de três amores, necessários para quem quer
se tornar santo. Os três amores brancos: A branca hóstia, a branca
Virgem e o branco ancião do Vaticano.
Carlo
Acutis era muito devoto de Nossa Senhora de Fátima e tinha como modelo
os pastorezinhos e, com certeza, leu a visão de Jacinta onde ela via um
bispo de branco, num grande palácio, ajoelhado, rezando, sozinho e lá
fora multidões vociferando contra ele e jogando-lhes pedras....
Ah,
quantas pedras, hoje, são lançadas contra o Papa e sua Igreja! Até por
aqueles que se dizem inflamados na defesa da fé, quando, na verdade,
são sedevacantistas práticos...inimigos de dentro, estando fora.
O "anjo de
Milão", como é chamado, ensina-nos a dar a vida pelo Santo Padre e a
levarmos à sério a nossa breve existência nesta terra.
Vejamos um pouco de sua vida narrada por Dom Mario Gullo, vigário paroquial de Gesù Lavoratore – Giarre – Italia.
Sua origem:
"CARLO
ACUTIS nasceu em Londres, aos 03 de maio de 1991, filho de Andrea e
Antonia. De fato, desde pequeno o seu coração demonstrou alegria,
determinação e humildade em sua caminhada rumo à “santa viagem”, vivendo
na normalidade as suas atividades diárias, como a escola, os amigos, o
amor pelo Criador e, sobretudo, a fé na extraordinariedade do Evangelho.
Cresceu em uma família profundamente cristã; escolheu livremente dizer o
“sim” com a própria vida, ao mistério que o envolvia; assim, a fé
crescia com ele."
Missas diárias: "Eucaristia é o meu caminho para o céu"
Após
receber o sacramento da Primeira Comunhão, CARLO nunca faltou ao
compromisso quotidiano com Cristo, presente na Eucaristia e adorado no
sacrário; afirmava com entusiasmo a todos os jovens que Jesus era o seu
“grande amor”.
Esta profunda intimidade com o sacrifício vivo do Corpo e Sangue de Cristo lhe fazia repetir frequentemente: “a Eucaristia é o meu caminho para o céu!”, compreendendo claramente que “o
banquete eucarístico é para nós real antecipação do banquete final, pré
anunciado pelos profetas (cf Is. 25, 6-9) e descrito no Novo Testamento
como as ‘núpcias do Cordeiro’ (Ap. 19, 7-9) a celebrar-se na alegria da
comunhão dos santos” (Bento XVI, Sacramentum Caritatis, n° 31).
Especialista em informática:
Pode-se
dizer que no campo da informática não havia segredos para ele, talento
verdadeiramente inato, porque, apesar da sua pouca idade, foi capaz de
competir com especialistas do campo, para o espanto de todos; porém, a
coisa mais bela, é que não tinha somente para si esta inclinação
particular, pois ficava feliz ao utilizá-la como voluntário na ajuda ao
próximo.
Verdadeiro discípulo:
Um
verdadeiro discípulo de Jesus, que, com a inteligência e o coração,
soube revolucionar a sua vida e a vida de quem o rodeava, não perdendo
jamais as ocasiões para falar de Cristo, amá-Lo, partilhar a Palavra e
citar o Magistério da Igreja que conhecia, apesar da sua “pequenez”,
para ganhar almas para Cristo: “embora
sendo livre de todos, me fiz servo de todos para ganhar o maior número.
Fiz-me fraco com os fracos para ganhar os fracos, me fiz tudo para
todos, para salvar a qualquer custo cada um. Tudo eu faço pelo
Evangelho, para tornar-me um participante com eles” (cf.1 Cor. 9, 19-23). “O teu dia, meu Deus, virá diante de Ti... e com meu sonho mais louco: ter o mundo entre meus braços” (J. Leclercq), e tudo isso também a custo de rejeição ou escárnio por causa da sua fé viva.
Fecundo apostolado:
CARLO
era impulsionado por um único e constante desejo, o de conquistar
quanto mais almas possíveis, não recorrendo a recursos mesquinhos, mas,
com o testemunho constante e quotidiano da sua fé, vivida sem
ostentação, simplesmente com coerência e desarmamento.
Por
isso que muitos daqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-lo
pediram o batismo na Igreja Católica. Havia nele a viva convicção que “todos nascem como originais, mas muitos morrem como cópias”.
Isso
o levou a viver com originalidade os seus dias, não desperdiçando,
nunca, a cada instante, os dons de Deus, porque a graça eleva a
natureza, não a destrói; logo, tudo o que era natural em CARLO, era
posto a serviço e por isso a graça o elevou: é tudo luz!
Fuga do pecado para poder subir ao céu
A clareza da fé em CARLO o levou a afirmar: “um
balão, para subir bem alto, necessita despojar-se de tudo aquilo que
pesa; pois assim faz a alma, para elevar-se ao céu, necessitando tirar
pequenos pesos que são os pecados veniais. Se
por acaso existe um pecado mortal, a alma cai sobre a terra e a
confissão será como fogo, o mesmo fogo que faz retornar ao céu o
balão. É preciso confessar-se frequentemente porque a alma é muito
complexa.”
Todo de Maria: " a unica mulher da minha vida"
Faz-se
necessário indicar outro aspecto fundamental do itinerário terreno e
espiritual de CARLO ACUTIS: O seu amor pela Virgem Maria que ele mesmo
definia como “a única mulher da minha vida”. Um amor genuíno, vivo, concreto na fidelidade quotidiana ao recitar o santo Rosário, definido por ele como o “compromisso mais cerimonioso da jornada”, na sua devoção aos primeiros sábados do mês.
A Ela consagrou várias vezes toda a sua vida, principalmente nas visitas que fez aos Santuários de Lourdes e de Fátima.
Suas penitências pelas almas do purgatório
A
história da “visão do inferno”, como descreveu irmã Lúcia de Fátima, o
perturbou sobremaneira; por causa disso, CARLO decidiu trabalhar pela
salvação das almas. Contribuiu também, para tal efeito, a leitura do “Tratado do Purgatório”, de
Santa Catarina Fieschi, de Gênova (1447-1510), onde são descritas as
penas das almas do Purgatório, em sufrágio das quais oferecia orações,
penitências e comunhões.
Para aqueles que não possuíssem o dom
da fé e, através dela, a certeza da verdade que emana de Deus, CARLO se
esforçava para que muitos pudessem levantar os olhos e ver a fé como um
farol de luz que conduz à salvação.
Cuidava de sua pureza e defendia a sacralidade da família:
Cada momento da sua vida, na família, na escola, nas relações com os outros, se tornava ocasião de testemunho natural da sua fé.
Preocupava-se muito com sua pureza e por isso confiava-se à Virgem Maria e às orações das monjas enclausuradas que frequenta.
Nos
debates aos quais comparecia, CARLO era um defensor apaixonado da
sacralidade da família contra o divórcio, bem como da vida contra o
aborto e a eutanásia.
Exemplo aos jovens:
Aos
jovens, CARLO se apresentava em sua totalidade: um adolescente do nosso
tempo; testemunha que entregar-se a Cristo é viver uma vida “maior”,
uma vida que não fecha as portas da liberdade e da alegria, porque “Ele não nos tira nada, mas doa tudo. Quem se doa à Ele, recebe o cêntuplo”(Bento XVI).
O perfil de CARLO era semelhante ao de Maria Magdalena. A sua juventude era “óleo perfumado de nardo puro, preciosíssimo”,
que queria espalhar sobre os pés de Jesus (cf. Jo 12, 3); os seus dias,
embora breves, foram como uma sequência até o calvário (cf. Jo 19, 25),
sem descontos ou meias medidas.
Sua morte
No
início de outubro de 2006, foi atingido por uma gravíssima leucemia,
incurável. Também neste momento o amor vence o medo e, no hospital,
disse: “ofereço todo o sofrimento,
de que deverei padecer, ao Senhor, pelo Papa e pela Igreja, para não
passar pelo purgatório e ir direto ao Paraíso”.
Recebe a Unção dos Enfermos e a
“medicina” da Eucaristia, a sua “rodovia para o céu”. O médico pessoal
fica maravilhado e edificado com seu modo de viver e suportar as dores
atrozes: sorri a todos e mantém a sua gentileza, unida à uma grande
paciência.
Quando o doutor que o acompanhava perguntou se sofria muito, CARLO respondeu com coragem: “existem pessoas que sofrem muito mais do que eu!”
O teólogo Karl Rahner afirma que: “para cada um, o tempo de vida que lhe é concedido, é o breve instante no qual se torna aquilo que deve ser”.
Aqui se encontra todo o mistério deste jovem fiel, da Igreja Diocesana
de Milão, que se reflete nos seus olhos carregados de sabedoria e de
luz, quase antecipação dos eleitos na Jerusalém Celeste, Páscoa sem fim.
Às
6:45 horas de 12 de outubro de 2006, CARLO ACUTIS retorna à Casa do Pai
“para sempre”, na ponta dos pés, sem rumor algum, como a lógica
evangélica da semente, para cantar na eternidade o canto dos pequenos
benditos de Deus e fazer de si o “hortus conclusus”[2], o Jardim do Éden onde o Senhor possa livremente “passear sobre a brisa do dia” (cf. Gen. 3, 8), o seu dia."
Carlo
Acutis tinha particular admiração pela vida de S. Francisco e de Santa
Clara, por isso gostava de ir muito a Assis, onde sua família tem casas.
Em Milão, era conhecido por ajudar os pobres, os excluídos, os velhos e
sobretudo os migrantes que sofriam,em sua terra, tantos preconceitos.
Em Assis saía às ruas, à noite, para levar comida aos pobres e sempre
lhes deixava, no bolso, algum dinheiro.
Após sua morte, tendo seus órgãos retirados para doação, foi enterrado no cemitério de Assis, segundo o seu desejo.
Em Assis há hoje, ao lado da Chiesa di Santa Maria Maggiore, uma casa de dois andares, chamada de "oratório Carlo Acutis", com dependências para adolescentes.
Estive
várias vezes em Assis. Da última vez fui com um grupo de nossa
Paróquia, para visitar São Francisco. Lembro que o guia, conversando com
outros, perto de mim, falou qualquer coisa de um rapaz que morrera em
odor de santidade, e que ali próximo estava enterrado. Confesso que não
dei devida atenção, antes ignorei.
Agora,
depois de conhece-lo melhor, de ler sua vida, seus relatos, percebo
claramente a importância da via pelos "amores brancos" e quanto é
necessário não só fazer a nossa parte, não só rezar, não só se
sacrificar, mas dar a própria vida pela Igreja e pelo Santo Padre. Mais
ainda: levar a sério a nossa existência sobre a terra, pois, para
aqueles que já não mais possuem 15 anos, mas o triplo, é a eternidade
que, silenciosamente se avizinha.
Que o "anjo de Milão" conceda-nos de Deus a graça do "sentire cum ecclesiam" e, por ela também morrer.
_________________
1. As divisões por temas, no relato de D. Mario, como os grifos são nossos.
2. Agradecemos ao Sr. José Fernando Sarabando
Assinar:
Postagens (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário